MEMÓRIAS DE INFÂNCIA

| 22 de jun. de 2009
é muito difícil falar do meu tio márcio e não lembrar do meu tio maurício. assim como é praticamente impossível escrever qualquer coisa sobre o meu tio maurício, e não ter o meu tio márcio presente em boa parte do texto. porque esses caras se completam. como uma boa dupla. a relação deles, de irmão que dividiam os mesmos beliches e contavam segredos um pro outro desde muito cedo, é uma relação que atinge os limites do verdadeiro amor e da amizade mais leal que possa existir.
o márcio impressiona pela perspicácia de alguém que, por exemplo, consegue somar a quantidade exata de pontos que possam haver em várias pedras de dominó jogadas pela mesa, apenas com um olhar. de alguém capaz de soltar frases, respostas, comentários e piadas de uma maneira tão única e inteligente, que registram sua marca e afloram o seu carisma. ele não foi formado na faculdade mais cara e mais concentuada do sul do brasil, mas quem se importa? seu conhecimento sobre as coisas mais bacanas da vida (e não estou falando apenas sobre mulheres, ok?) ultrapassam qualquer barreira acadêmica.
o maurício é o meu tio caçula. ainda criança queria limonada no almoço, e ganhou uma lição de moral do meu avô. tomou, sozinho, depois de tanto irritá-lo, uma jarra inteira. até hoje foge dos limões. apesar desse fato, carrega um coração do tamanho do mundo dentro dele. seja quando está tomando uma cerveja ou trocando uma conversa sobre qualquer coisa, seja fazendo o churrasco de domingo, levando a gente pra praia, seja até mesmo quando está vestido de papai noel no dia de natal, e faça a gente se emocionar com a pureza de seus filhos, o maurício é um apaixonado pela sua família. e a sua família é louca por ele.
esses dois são responsáveis por boa parte da minha educação e da minha construção como homem. reunidos na casa da minha avó, tomando cerveja nos sábados à noite, conversando sobre mulheres e sobre futebol e cinema, e sobre todos os assuntos que eles dominam tão bem, parecia que o tempo passava mais rápido perto deles. e se hoje o escudo do fluminense representa o brasão hereditário de nossa família, muito disso é culpa desses dois fanáticos tricolores, que quebram vasos pelo fluminense, que choram pelo fluminense, que carregam o fluminense no sobrenome.
eu poderia falar durante horas sobre como já nos divertimos juntos, e sobre como respeito esses dois e o quanto sinto saudade por hoje estarmos morando longe um do outro. eu carrego a melhor imagem possível do márcio e do maurício. a dupla imbátivel, feito batman e robin, não é mesmo?
(às vezes só fico em dúvida na hora de saber quem é o ativo e quem é o passívo!!)

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