das coisas que não existem

| 21 de jun. de 2009
há alguns meses atrás eu era um menino com data marcada para encarar um casamento, e as responsabilidades da construção de uma família, e todas essas coisas que fazem os meninos se tornarem homens. de repente, num desses momentos transformadores na vida de uma pessoa, tudo aquilo que eu acreditava, e que movia os meus dias e as minhas ações e os meus projetos, deixaram de existir. e eu descobri uma necessidade absurda de poder me sentir apaixonado novamente. de poder sair nas ruas atrás de pessoas interessantes que pudessem me manter vivo por mais tempo e que fizessem eu me sentir um pouco mais humano.
eu era um fantoche nas mãos do destino, e passava a maior parte do tempo olhando as meninas que andavam de um lado pro outro pelas ruas. pensando comigo quando iria surgir aquela que fosse mudar a ordem dos meus dias. eu via meninas de todos os tipos e todos os tamanhos, e ficava sonhando com cada uma delas pegando com ternura nas minhas mãos, e me levando pra conhecer o mundo. às vezes eu me pegava falando baixinho - "o que você quer? você quer a lua? basta dizer uma palavra e eu vou atirar um laço em torno dela e puxá-la para baixo". e então, apesar de uma carência absurda que poderia me levar a cometer grandes equívocos, eu descobri que a maioria das meninas que andavam pra lá e pra cá, e povoavam a minha imaginação, eram enfadonhas e tinham muita pouca coisa a acrescentar ao meu universo.
eu me sentia como se tivesse aquele pássaro do bukowski dentro de mim, e a única vontade que adquiri nesse tempo foi a de sair do brasil. eu imaginava a quantidade de pessoas que pudesse haver no mundo, cada uma vivendo dentro de seus universos paralelos, alternando momentos de felicidade com momentos de angústia, e a sensação de poder encontrar com alguém, em algum lugar desse planeta, que pudesse salvar o meu rabo das sandices desse mundo, era o que me mantinha de pé e o que me fazia sonhar nas noites de desencanto.
eu acho que muita gente já escreveu sobre muita coisa nessa vida. e o que eu mais gostaria de poder deixar registrado para a garota dos meus sonhos, embora eu não saiba se algum dia chegarei a conhece-la e se ela irá me aceitar da maneira que eu sou, é uma frase citada pela rachel de queiroz há algum tempo, e que traduz exatamente aquilo que eu gostaria de dizer:
- eu existi, eu sou, eu pensei, eu senti, e eu queria que você soubesse.

1 comentários:

Ana Estella disse...

Claro que irá conhecer.
E ela te aceitará, foi feita pra você.
(acredito nessas coisas, sou uma "abéxtada") ;)

Postar um comentário