a arte de conquistar coisas simples

| 14 de jul. de 2009
ah! eu queria poder colocar a culpa na sociedade, sabe? dizer que o homem é fruto do seu meio e todas aquelas coisas políticas e cheias de bla bla bla que as pessoas costumam dizer. mas eu acho que o problema tá comigo mesmo. afinal de contas eu criei um universozinho particular e aqui aonde eu moro só chove! eu ando no meio da multidão todos os dias, e as pessoas desfilam apressadas com as suas pompas aristocráticas, e a vontade que eu tenho é a de me sentir só mais um ali dentro. de passar despercebido indo pro trabalho, voltando pra casa, casando, tendo filhos, essas coisas todas. eu não queria precisar desses livros de filosofia, como se eles fossem um manual que me orientasse a seguir o caminho. na verdade a vontade que eu sinto é a de rasgar aqueles livros do fante, porque ele é um sentimentalóide filha da puta que me corrompeu com a sua sensibilidade. em todo caso eu amo tanto ele que queria poder abraço-lo. queria também poder dizer pro bandini não se esquentar por causa da camila. que as mulheres vão e vem. e que a vida é assim mesmo.
eu sou uma pessoa complicada que gosta de coisas simples, como estourar bolinhas naqueles sacos plásticos de embrulho e de leituras embaixo de árvores em tardes de verão. às vezes (só às vezes) a única coisa que eu queria desse mundo era de encontrar pessoas mais parecidas comigo, e se não fosse pedir demais eu gostaria também de poder me sentir apaixonado de novo, como era secretamente por todas as garotas no meu tempo de infância. eu queria poder gritar baixinho pro mundo que tem alguém, dentre essas seis bilhões de pessoas que estao aí fora, que cuida de mim e que se preocupa quando eu bebo demais ou quando eu fico amargo, como em momentos iguaizinhos a esse. a minha mãe reza por mim todos os dias, ajoelhada num cantinho do quarto dela, com um rosário na mão, a bíblia aberta numa página qualquer. mas não é dela que estou falando. bem. você sabe. às vezes penso que o que eu mais preciso nessa vida é de uma trilha sonora e de uma mulher que olhe nos meus olhos e diga - "eu entendo, benzinho. eu entendo".

4 comentários:

Gustavo Costa disse...

Desculpe a minha invasão, mas eu vi seu texto na comunindade da Amélie e acabei caindo no seu blog! Não pude evitar de me identificar muito com o que você escreveu, cada palavra caiu como uma luva para toda essa situação. Enfim, muito perfeito! Foi um tanto confortante saber que eu não sou o único assim no meio do mundo, mas espero que, logo, as coisas possam funcionar a favor.

Aproveitei e li o resto do que está escrito por aqui e seu blog é muito bom! Inclusive sobre o que falava do Jason Mraz =P Adorei o jeito que você escreve ^^

_O/

Cris disse...

Enfim, no fundo todo mundo procura isso, só não têm coragem de falar...e dizem que falar atrai...então tú já deu a largada...

Raquel Albuquerque disse...

eu entendo, benzinho. eu entendo...

Anônimo disse...

Ótimo texto! Passando pelo blog consigo ver o guri romântico que tu é :}

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