A Revolução Musical

| 26 de abr. de 2009
a primeira vez que ouvi esse cara eu tava dentro de um carro. e tudo parecia bem devagar - tipo slow motion, saca? as pessoas na calçada caminhavam sem pressa, sem direção. não havia buzinas, carros desgovernados, sirene de ambulância. nada. eu poderia apostar que, pelo menos naquele instante, o mundo estava em um silêncio absoluto, se não fosse pela música contagiante que tocava no rádio. se não fosse por k-os.
é. isso mesmo. o céu parecia se rasgar lá no alto graças a essas três letrinhas que parecem ter saído de alguma nave intergalática de jornada nas estrelas e que iriam revolucionar a minha maneira de enxergar a música.
k-os é um rapper canadense que resgatou tudo aquilo que já havia sido feito na black music - do soul ao r&b -, bateu num liquidificador, acrescentou seus próprios ingredientes e saiu com seu microfone pelo mundo afora. seus discos são, a meu ponto de vista, as maiores realizações da cultura pop dos últimos anos, e poderia dizer que k-os está para a black music, assim como beethoven esteve para a música clássica e os beatles estiveram para o rock n'roll.
seu visual personifica a nova imagem da cultura de rua. sem o esteriótipo da periferia norte-americana. sem carrões importados. sem mulheres rebolando. sem calças largas. sem exageros. k-os dignifica o hip-hop.
suas músicas são recheadas com violinos, pianos, bongôs, pickup's, vocais, saxofones e seguem a fórmula sagrada do pop - um ritmo envolvente, refrões que ficam marcados e solos curtos.
nesse exato instante a revolução musical está acontecendo em algum lugar do mundo. a cada vez que k-os tocar num player, a cada vez que um disco seu for ouvido pela primeira vez, sua música se transformará numa grandiosa epopéia. uma viagem para o universo musical, dessas que rasgam o céu lá no alto, e deixam o tempo mais devagar, parecendo slow motion.

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