foi uma luta imperial contra o tempo nessas últimas horas. eu dizia, rodrigo, calma, você precisa manter a calma. ficar ansioso assim não vai te levar a lugar nenhum. mas o relógio parecia não correr na mesma direção que a minha. eu apertava aquele botão estúpido que atualiza as páginas da internet, e não havia nenhum sinal. o meu navegador insistia em colocar a culpa no servidor. e eu penso que essas grandes companhias deveriam inventar uma espécie de manual de sobrevivência para pessoas como eu, que sofrem inescrupulosamente com paralisias virtuais.
ando saindo de casa muito pouco nesses últimos tempos. apreendi uma espécie de fobia social, como se todas as pessoas do mundo tivessem sempre um bom motivo para descobrir e desenvolver suas tiranias perto de mim. inofensivas caminhadas em parques, barzinho com os amigos e até mesmo sorvetes em praças de alimentação só me aproximam ainda mais de uma solidão carente e pegajosa. vivo num eterno outono enquanto todas as outras pessoas do mundo parecem desfilar sorridentes com suas namoradas, e seus carros tunados, e suas contas bancárias, e seus empregos engravatados, em suas longas primaveras. como sempre fui um apaixonado por comunicação, e um dilacerador de palavras por ofício, acabei descobrindo na internet uma fórmula para me manter conectado à velha humanidade, de uma maneira segura (?).
espero sobreviver.
espero sobreviver.
4 comentários:
Nada de anonimato: aqui é a Celma.
Cara, percebi um lado pernicioso em navegar demais em ondas virtuais: 1)irritar-se com a realidade e, por treinar o cérebro para ver tudo rapidamente, absorvendo muito pouco, 2)a leitura tornar-se tediosa e difícil, mesmo que seja fácil.
Explico: vemos zilhões de coisas na internet, porém nosso amado cérebro é abençoadamente esperto e guarda apenas o que mais nos interessa, o que leva a uma dificuldade maior na leitura de livros, jornais, revistas,..., porque está condicionado a "jogar na lixeira" muita coisa o tempo inteiro.
Isto tem acontecido comigo.
Porém, a realidade me faz bem, apesar dos pesares (também me sinto deslocada em meio a tanta merda, porém não chego a uma fobia). A internet pode nos proteger de muita coisa. Ou o contrário. Depende do referencial. De tal arte que concordo com o "(?)" de sua postagem.
Principalmente quando penso que ela pode emprestar uma máscara às pessoas e situações, como se fossem muito diversas das que se veem por aí e, cá para nós, será que são?
Olá, Rodrigo!
Bom, nem tanto o céu, nem tanto o inferno. Para explicar a internet a alguns alunos, eu uso o exemplo de uma banca de revistas: há revistas muito boas lá...outras nem tanto...e há revistas muito ruins, também.
Navegar pela rede tem dessas coisas. Há riscos, há virtudes, há vantagens.
Eu conheço uma pessoa que teve um sério problema depressivo e acabou se isolando do mundo "real", digamos assim. Encontrou "refúgio" na grande rede, mas não conseguiu mais sair da vida on-line. Foi preciso de ajuda profissional para que ele vencesse algumas fobias e voltasse ao mundo "real".
É tomar cuidado para que esta vida on-line não seja uma máscara que nos limite a enxergar que as relações lá fora também podem ser boas...ou uma boa relação pode começar on-line e continuar "na real", o que é muito bom também.
abs
Gostei muito do blog =D
Até,
Bianca.
http://only-dark.blogspot.com/
G-ZUZ!
Você escreveu e-xa-ta-men-te o que sinto ultimamente!!!
Novamente, parabéns pelo post!
beijos!
(e olha só... minha ideia de vc colocar seguidores no seu blog tá rendendo, heim!!! =D )
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