ele disse olá. patrick olhou pra aquela menina parada em cima dele e a primeira palavra que disse foi olá, ajeitando os óculos. naquele momento ele não se importaria se estivesse com todos os ossos do corpo quebrados. e era bem possível que estivesse. aquela menina poderia permanecer cantando assim durante horas no seu ouvido que patrick não iria reclamar. estava acostumado com a voz taquara rachada de sua mãe, e com aquelas perguntas todas que os professores faziam e ele não sabia responder, que o som que vinha de dentro daquela menina parecia sair de uma caixinha de música. patrick tinha acabado de ser atropelado por uma bicicleta e rogava pela alma de leonardo da vinci pela invenção daquele engenhoso veículo, que parecia ter sido feito única e exclusivamente para uni-lo àquela menina.
patrick fechou os olhos e com um sorriso no rosto começou a lembrar de todas as coisas boas que já haviam acontecido em sua vida, e não se lembrava de um momento tão prazeroso como aquele. lembrou de como gostava de espremer bolinhas de plástico e de ficar pulando com os pés descalços sobre a grama do parque da cidade. e de como era bom tomar banho de chuva em dias de verão e daquela sensação de ser abraçado por todo mundo quando fez um gol pelo time da escola pela primeira vez, após ser escalado por engano depois que o professor de educação física lhe confundiu com um outro rapaz. mas nada se comparava ao fato de estar grudado àquela menina, sentindo o suor escorrer pelo corpo de alguém que havia pedalado quatro quilômetros só pra poder esbarrar com ele.
quando patrick abriu os olhos tentando absorver o prazer daquele momento com todos os sentidos que haviam em seu frágil corpo, pode perceber que a menina havia parado de cantar. e foi nesse instante, que deve ter durado uns três ou quatro segundos até que ele se desse conta de que deveria falar alguma coisa, que o menino disse olá, ajeitando os óculos. eleanor não respondeu. ficou parada observando patrick tentando decifrá-lo como um enigma. talvez ele não passasse de um adolescente tentando perder a virgindade com a primeira mulher que esbarrasse de bicicleta com ele. ou talvez aquele menino fosse um presente de aniversário dado pelo destino, que há tanto tempo havia virado as costas para ela. e assim os dois permaneceram em silêncio, até que a sirene da escola explodisse avisando que a primeira aula do dia estava pra começar.
- eu me chamo eleanor. igual a eleanor rigby dos beatles, só que sem o rigby!
por um instante passou pela cabeça de patrick a possibilidade de sair correndo em direção a qualquer lugar. sentia o seu corpo tremendo diante daquela menina, como se ele tivesse quebrado os ossos da costela. mas não havia dor. estava apreensivo; nervoso. sentia uma necessidade absurda de falar alguma coisa, mas tinha medo que aquela menina pensasse que ele não passava de um completo idiota. queria uma dessas frases que impressionam. queria causar uma boa impressão. mas tinha vergonha de garotas.
- o meu nome é patrick.
foi a única coisa que conseguiu sair. aquela frase idiota. o meu nome é patrick! qualquer criança boboca de quatro anos conseguiria falar aquilo. e além disso o seu rosto estava vermelho, como se todo o sangue do corpo tivesse se movido para a cabeça. chegou a ficar com medo de que aquela queda tivesse lhe causado alguma espécie de traumatismo craniano ou qualquer coisa do tipo.
quando patrick abriu os olhos tentando absorver o prazer daquele momento com todos os sentidos que haviam em seu frágil corpo, pode perceber que a menina havia parado de cantar. e foi nesse instante, que deve ter durado uns três ou quatro segundos até que ele se desse conta de que deveria falar alguma coisa, que o menino disse olá, ajeitando os óculos. eleanor não respondeu. ficou parada observando patrick tentando decifrá-lo como um enigma. talvez ele não passasse de um adolescente tentando perder a virgindade com a primeira mulher que esbarrasse de bicicleta com ele. ou talvez aquele menino fosse um presente de aniversário dado pelo destino, que há tanto tempo havia virado as costas para ela. e assim os dois permaneceram em silêncio, até que a sirene da escola explodisse avisando que a primeira aula do dia estava pra começar.
- eu me chamo eleanor. igual a eleanor rigby dos beatles, só que sem o rigby!
por um instante passou pela cabeça de patrick a possibilidade de sair correndo em direção a qualquer lugar. sentia o seu corpo tremendo diante daquela menina, como se ele tivesse quebrado os ossos da costela. mas não havia dor. estava apreensivo; nervoso. sentia uma necessidade absurda de falar alguma coisa, mas tinha medo que aquela menina pensasse que ele não passava de um completo idiota. queria uma dessas frases que impressionam. queria causar uma boa impressão. mas tinha vergonha de garotas.
- o meu nome é patrick.
foi a única coisa que conseguiu sair. aquela frase idiota. o meu nome é patrick! qualquer criança boboca de quatro anos conseguiria falar aquilo. e além disso o seu rosto estava vermelho, como se todo o sangue do corpo tivesse se movido para a cabeça. chegou a ficar com medo de que aquela queda tivesse lhe causado alguma espécie de traumatismo craniano ou qualquer coisa do tipo.
foi quando a menina disse com uma doçura na voz que muito provavelmente eternizaria aquele momento por noites de sono mal dormidas - eu sempre sonhei em conhecer algum garoto que se chamasse patrick - e sorriu. patrick poderia jurar que conseguia ouvir all you need is love tocando como se a música estivesse saindo de dentro da menina. e então, interrompendo aquele momento de ternura, uma nuvem negra pairou sobre o corpo daqueles dois jovens estudantes jogados um sobre o outro no pátio de um colégio da américa latina. patrick estava com medo.
2 comentários:
"eu sempre sonhei em conhecer algum garoto que se chamasse patrick". Como explicar o frio na barriga que senti - e que permanece ate agora - quando li isso?
eu não conheço nenhum patrick, mas sei que rodrigo sempre me fez bem.
Ai, ai... *.*
Rodrigos nem sempre me fazem bem, enfim.... ahahah
(sempre tem alguma exceção)
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