os gays invadiram as ruas de são paulo no último domingo com suas roupas coloridas e suas maneiras divertidas de encarar o mundo. três milhões e meio de pessoas circularam pelos arredores da avenida paulista levantando bandeiras do orgulho gay, com muita música eletrônica, beijos cinematográficos, erotismo e esteriótipos caricatos desfilando seminus em trio elétricos.
a festa da diversidade organizada pela maior parada glbt do mundo é o segundo evento que mais atrai turistas à cidade de são paulo - só esse ano foram mais de quatrocentos mil - e movimenta aproximadamente cento e oitenta e nove milhões de reais à economia paulistana. é o evento mais lucrativo feito na cidade e conta com o apoio da prefeitura municipal.
cerca de mil oficias das polícias civil e militar foram chamados para cobrir a segurança do evento. cinquenta e oito pessoas sairam feridas por conta de agressões de grupos de intolerância - vinte e duas delas na explosão de uma bomba caseira no largo do arouche. o caso mais grave de violência ocorreu por um homem de trinta e cinco anos que sofreu traumatismo craniano, após ser violentamente espancado por um grupo homofóbico. nas proximidades do masp cinco pessoas se envolveram em uma briga. três delas foram esfaqueadas e levadas à santa casa. oitenta e nove boletins de ocorrências foram registrados, a maioria por conta de furtos de celulares, carteiras e câmeras digitais.
com duas horas de evento haviam sido registradas vinte e cinco ocorrências médicas. em menos de quatro horas haviam sessenta. a maioria por jovens com ingestão alcoólica. trezentos e cinquenta homens da guarda civil metropolitana foram escalados para apreender as bebidas batizadas vendidas por ambulantes. as garrafas recolhidas encheram quatro caçambas. a bebida mais vendida pelos camelôs é uma garrafa plástica de vinho, da marca cantina do vale, vendida por cinco ou seis reais, dependendo do humor do vendedor.
a parada gay levou muitos foliões às ruas carregando placas pedindo beijos e amassos e jurando amor eterno. o clima era de sodomia, apesar dos treze graus que caia sobre a cidade. ninguém era de ninguém. homens de mãos dadas com outros homens beijando todas as mulheres que aparecessem pela frente. lésbicas trocando amassos com meninas, enquanto seus namorados acompanhavam em casa partidas de futebol pela televisão. senhoras com netinhas no colo, defensoras da liberdade sexual e de expressão, tirando fotos com travestis.
no último domingo, pelas ruas da cidade de são paulo, não era possível definir um ser humano simplesmente como homem e mulher.
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